Aquele parque de diversões

 Quando era menor, em todas as minhas tristezas, os meus desânimos, combinava com minha amiga, Janaína, para nos encontrarmos no parque. Janaína, sempre atrasada, me fazia esperar um bom tempo, mas esse tempo eu usava para refletir. O encontro, era o próprio silêncio, mas os olhares dela me consolavam. O tempo passava, e o parque, tão colorido, foi ficando cinzento e vazio.
  As crianças, que amavam aquele parque, que chegavam com sorrisos estampados no rosto, com algodões doces, com suas risadas e gritinhos, não apareciam mais. Seus substitutos, eram os moradores de rua, que ocupavam os bancos, que sujavam o parque, que deixavam os pais com medo.
  Nada disso impedia que eu e Jana nos encontrássemos.
  No aniversário de 16 anos de Jana, nos fomos á um bar, comemorar. Na volta, eu voltava de bicicleta e ela e Carlos, de carro. Em um cruzamento, o carro deles se chocou com o de um motorista bêbado. Fitei o rosto de Jana no chão. Me senti tão chocado, quem não falei nada, não mudei minha expressão, apenas corri até o lote abandonado que era o parque de diversões.
  Eu esperava ela, enquanto isso, refletia.


Pauta para o Projeto Creativité - Edição Visual